quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista com Rick Bonadio


Pessoal, estava fazendo alguamas buscas e estudos sobre a música pela internet, e encontro esta entrevista do Rick Bonadio, muito interessante, quem ainda não leu vale a pena!

Para o produtor musical Rick Bonadio o sucesso de uma banda depende exclusivamente da atitude e talento artístico

por Guilherme Prezia (entrevista retirada do site http://bandasdegaragem.uol.com.br)

A máxima “nada se cria, tudo se copia” não funciona com o produtor musical Rick Bonadio, conhecido por ter trabalhado com nomes de peso como Mamonas Assassinas, Tihuana, Charlie Brown Jr. e CPM 22. Para ele, o sucesso de uma banda depende exclusivamente da atitude e talento artístico de seus integrantes. Além disso, a música deve conter dois ingredientes essenciais: inspiração e inovação. “Eu acho que a banda tem que encontraro seu próprio caminho e trazer alguma novidade para a música”, defende.

Em entrevista ao Bandas de Garagem, o produtor diz o que espera de uma banda iniciante e dá dicas de como se pode encurtar o caminho para uma carreira musical bem sucedida. Bonadio comenta ainda sobre a falta de incentivos por parte do governo e também não economiza palavras para criticar o Ecade, órgão responsável pela arrecadação e distribuição de direitos autorais. “É uma porcaria e que só serve para atrapalhar os músicos”. Confira a seguir a conversa com o produtor.


Qual é o ponto essencial para o sucesso de uma banda?

Rick Bonadio: O fundamental é artista, a banda, o cara de
talento. Eu não gosto e não acredito que tenham muito futuro bandas novas
que copiam artistas que já estão fazendo sucesso. Eu recebi ‘300 mil’ cds
demos de bandas que copiavam os Mamonas Assassinas, depois eu recebi ‘300
mil’ que copiavam Charlie Brown Jr. e outras tantas que copiam hoje o
CPM22. Eu acho isso muito ruim, não gosto e não acredito que funciona. Eu
acho que a banda tem que encontrar o seu próprio caminho e trazer alguma
novidade para a música.

A banda tem que definir um estilo musical?

Rick Bonadio: Eu acho que não. Quando eu vou ouvir uma demo
eu procuro ser surpreendido. A dica maior que eu poderia dar as bandas
novas é procurar surpreender o cara que vai ouvir a sua demo. Se você vai
mandar para uma gravadora ou para um produtor tente ir diretamente na
novidade, criar uma história nova.

Então, por exemplo, uma banda que faz hard rock com sonoridade e letras anos 70 não tem chance de gravar um disco?

Rick Bonadio: De gravar um disco sim, mas de fazer sucesso
poucas, por que o hard rock anos 70 é uma coisa que já foi, datada e que
já passou. Na minha opinião, já era. Tem tanta coisa nova pra ser feita e
o cara vai fazer hard rock dos anos 70? Vai ser difícil ele trazer
alguma novidade dentro desse estilo.

E a nova safra de bandas européias, como por exemplo o The Strokes, que traz uma sonoridade anos 70 com uma roupagem diferente?

Rick Bonadio: Você ter influências é uma coisa. Fazer um
estilo que já foi feito é outra. Eu acho que ter influência dos anos 70 é
positiva. Os riffs de guitarra do Charlie Brown Jr. têm muita influência
dos anos 70: tem Led Zeppelin, tem AC/DC. Tem coisas de hard rock, mas
eles fizeram de uma maneira diferente, construíram um novo estilo. Eu acho
que é a mesma coisa que o The Vines e o The Strokes, bandas que têm essa
coisa anos 70.

O rock é mais técnica, atitude ou inspiração?

Rick Bonadio: Definitivamente não é a técnica. O conteúdo
artístico do rock não está na técnica. Você ser um bom músico não
significa que você é um bom roqueiro. Eu acho que está na atitude, nas
letras, na mensagem e no estilo que você consegue impor na sua canção. A
mistura de tudo isso resulta na novidade que você faz, na forma de você
trazer uma certa rebeldia - que eu acho que o rock sempre tem isso - e
junto com uma energia forte que pode ajudar você a conquistar mais
seguidores.

Com você vê hoje a cenário brasileiro, no que diz respeito a incentivos?

Rick Bonadio: Do ponto de vista da burocracia eu acho que a
coisa simplificou muito e hoje todo mundo pode gravar um disco. A coisa
ficou mais fácil e barata. O maior problema é que para se investir em
artistas novos a gente tem um problema de mercado. O governo não resolve o
problema da pirataria, que é uma vergonha e uma coisa que poderia ser
resolvida facilmente se a gente tivesse governantes sérios, preocupados
com a cultura. Eu acho que temos um problema sério e para o futuro acabará
resultando no surgimento de menos artistas.
E a questão do incentivo?

Rick Bonadio: Além do governo não dar dinheiro e incentivo,
todos os festivais que você tem são de iniciativas privadas, de pessoas
que amam o rock e que fazem isso porque lutam e que têm um ideal. O
governo não ajuda em nada, só atrapalha. Existe o Ecad (Escritório Central
de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais) que é uma porcaria e
que só serve para atrapalhar os músicos e qualquer tipo de show. Não
funciona, não devolve o arrecadado para o compositor e é uma estrutura
completamente antiga, desenvolvida para atrapalhar o desenvolvimento de
novos artistas.

Voltando ao assunto inicial, que dica você daria para bandas iniciantes que estão começando a compor músicas?

Rick Bonadio: Que a música seja inspirada, não seja copiada.

E o processo de gravação?

Rick Bonadio: Não não se preocupe muito com a qualidade e da técnica, porque se a canção for boa ela vai fazer sucesso e quando for o momento oportuno a banda vai ter condições de gravar isso de uma maneira adequada.

E a questão da divulgação, levando-se em consideração que hoje nós temos a internet?

Rick Bonadio: O artista novo tem que espalhar a sua música,
usar a internet, ele tem que correr atrás de oportunidade para fazer
muitos shows. Mas ele não deve sonhar que a internet vai resolver o
problema dele. Hoje banda de rock, assim como muitos anos atrás, cresce na
estrada fazendo shows. Não é na internet, isso é uma bobagem. Internet
ajuda, ajuda muito, mas não sonhe que ela vai te transformar num sucesso
por que não vai.

Então fazer shows é essencial?

Rick Bonadio: Para você construir uma carreira sólida você
tem que ter base. Então faça muitos shows, em qualquer buraco. Vai tocar
naquele barzinho do amigo que te dá uma oportunidade, tente abrir shows de
outras bandas, vá a lugares alternativos, mostre a cara e faça shows por
que você vai ganhar experiência e público.

Então a experiência de shows é importante para se gravar um disco?

Rick Bonadio: É essencial para se gravar um disco porque vai
sustentar o futuro desse disco.

3 comentários:

  1. Putz ele fala que lançar shows é mais importante do que divulgar na internet não sei aonde. Na internet é mais facil é tem uma divulgação maior. Fazendo shows você gasta dinheiro bem maior e somente quem está no show vai ter conhecer (e tb os amigos de quem tava lá caso alguem espalhe no boca boca).
    A unica vantagem do show é que quem está lá é obrigado a te escutar. Enquanto da internet a pessoa tem que decidir ir a tras de bandas menos famosas e esbarrar por você na internet.

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  2. eu concordo com ele,se kurt cobain nao fosse teimoso o nirvana nunca teria aparecido...ele fazia show pra menos de 20 pessoas em qualquer buraco ele tocava...mas no final se tornou uma lenda do rock....

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